
Fechei a porta de casa, retirei a chave e sai para um passeio, sozinha. Senti o barulho da porta a fechar, porem sabia que horas mais tarde aquela porta poderia ser aberta por mim, pois desta porta, sou portadora da chave.
- O passeio não se esperava longo, apenas um curto passeio, deambulando sobre o meu mundo. Apenas isso.
Sentir, era o principal motivo pelo qual eu fechei a porta por uns momentos. Para sentir, não me bastava sentir o bater do coração, o oxigénio a entrar e sair pelas narinas o sangue correr-me pelas veias, eu precisava de sentir muito mais que isso.
Nos meus sucessivos passos, sentia que o tempo passava, as pessoas passavam, a vida passava.
Nos meus sucessivos passos, sentia que o tempo passava, as pessoas passavam, a vida passava.
Desta forma eu senti que estava viva, pois senti cada uma dessas coisas a passar por mim. Senti a vida, como quando caminho no mar com pés descalços. Senti o cheiro das flores, das rochas, senti a estrada que percorro desde que me conheço. Ouvi o chilrear dos pássaros, o movimento dos carros, das pessoas, ouvi a voz do mundo.
Senti a vida nos detalhes, nos sentidos e nas cores. Senti as pessoas.
Senti o abraço amigo de longe, a conversa menos interessante daquelas que não tem mais nada para contar, senti a amizade e a inimizade das pessoas que passam. Senti amor, carinho, ternura pelas pessoas. O sorriso tímido dado e recebido. Senti as pessoas cabisbaixas na rua, receptivas e envolvidas nos seus próprios problemas. Senti que aquele ali, bem ao fundo sofre de amor porque acabou de perder a oportunidade de dizer que amava.
Senti a vida nos detalhes, nos sentidos e nas cores. Senti as pessoas.
Senti o abraço amigo de longe, a conversa menos interessante daquelas que não tem mais nada para contar, senti a amizade e a inimizade das pessoas que passam. Senti amor, carinho, ternura pelas pessoas. O sorriso tímido dado e recebido. Senti as pessoas cabisbaixas na rua, receptivas e envolvidas nos seus próprios problemas. Senti que aquele ali, bem ao fundo sofre de amor porque acabou de perder a oportunidade de dizer que amava.
Eu senti e aprendi que é imperativo aproveitar a oportunidade de bater a minha porta e atender com toda a afectividade quem e o que vem surgindo, aproveitando o momento de afeição comigo e com outro alguém, seja uma troca de um olhar, uma palavra, um gesto.
A vida assim tem que ser levada: sorrir com os olhos quando não se consegue sorrir com os lábios, gargalhar dos momentos surgidos do nada mas que são tudo.
Porque no palco da nossa vida somos voluntários a mudar os nossos próprios cenários de modo a sentir-nos vivos.
A vida assim tem que ser levada: sorrir com os olhos quando não se consegue sorrir com os lábios, gargalhar dos momentos surgidos do nada mas que são tudo.
Porque no palco da nossa vida somos voluntários a mudar os nossos próprios cenários de modo a sentir-nos vivos.
Ainda bem que fechei a porta por uns breves momentos.
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